No passado dia 17 de Julho de 2013, o aluno/candidato Sérgio Pinho fez a apresentação e defesa da sua tese intitulada “O Modelo IFC como agente de interoperabilidade: Aplicação ao domínio das estruturas“, ou BIM Estruturas, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, FEUP.
A tese foi orientada por João Poças Martins e coorientada por Miguel Ferraz e João Rio, arguida pelo José Miguel Castro, fazendo ainda parte do júri, como presidente, a Maria de Lurdes Lopes, todos da FEUP A investigação foi desenvolvida no contexto do estudo das tecnologias BIM em geral e estruturas em particular, que tem vindo a ser realizado no grupo GEQUALTEC pelo João Poças Martins, chamando-se a atenção para um primeiro trabalho de tese de MIEC.
Resumo
A filosofia envolta no conceito BIM (Building Information Modeling) possibilita a junção de diferentes âmbitos do projecto num único modelo virtual, o que traz uma crescente necessidade de constante troca de informação entre os intervenientes nos projectos de edifícios. Maiores níveis de interoperabilidade significam maiores níveis de envolvimento entre os participantes na elaboração de um projecto de engenharia civil e por isso permite um maior acompanhamento do fluxo de trabalho, maior automatização de processos e maior controlo de erros e falhas imputáveis não só aquando da realização do projecto mas também ao longo do ciclo de vida da obra. Assim, a aplicação de metodologias BIM permite um aumento significativo da velocidade dos processos de projecto e construção.
O standard IFC enquanto agente de interoperabilidade é já implementado há mais de uma década e meia. Presentemente é exponênciada pelo surgimento do novo esquema IFC4 suportado por normalização ISO, o que representa um grande avanço da especificação IFC.
Atendendo a isto, o objectivo deste estudo passa por começar a investigar entidades IFC que permitam a definição estrutural de elementos pela sua definição analítica, função que é agora suportada pelo IFC4. Com a grande celeridade dos avanços tecnológicos torna-se necessário estar sempre um passo à frente em tudo o que diz respeito a sistemas informáticos. Portanto, no domínio IFC, a presente dissertação incidiu especialmente sobre elementos simples de estruturas de betão (pilares, pórticos, estruturas porticadas) cuja multiplicação permite a composição de estruturas de edifícios regulares. Para além da identificação das classes necessárias para a definição dos elementos estruturais que compõem uma edificação regular, fez-se também um estudo dos níveis de interoperabilidade actuais para a transferência desses dados e demonstra-se uma possibilidade de aplicação futura do modelo IFC. Essa aplicação prática das classes IFC demonstra o grande potencial da especificação, na troca de informações entre os programas de modelação e os programas de cálculo e análise estrutural. Para além de constituir um agente de interoperabilidade, pode também ser encarado como uma ferramenta BIM deste ponto de vista. Contudo tem sido alvo de criticas por parte de diversos autores no que toca à sua aplicabilidade no domínio das estruturas.
Referência
[1] S. Pinho, “O Modelo IFC como agente de interoperabilidade: Aplicação ao domínio das estruturas,” Universidade do Porto – Faculdade de Engenharia, 2013.
[2] J. Silva, “Principios para o Desenvolvimento de Projetos com Recurso a Ferramentas BIM,” Universidade do Porto, 2013.
[3] B. Ferreira, “Aplicação de conceitos BIM à instrumentação de estruturas,” FEUP, 2011.
Pingback: Serviço WEB IFC para medição estruturas modelos BIM | João Rio